É nas noites que eu passo sem sono
entre o copo, a vitrola e a fumaça
Que a torre do meu abandono
e que caio em desgraça
É nas horas em que a noite faz frio
que a lembrança o castigo me arrasta
solidão é o carrasco sombrio
e a saudade é vergasta
Se eu cantar alegria sai falsa
se eu calar a tristeza começa
e eu prefiro cantar uma valsa
que eu viro uma peça
E eu recuo, eu prossigo eu me ajeito
eu imito, eu me envolvo eu me abalo
e eu exijo, eu odeio eu êxito
e eu reflito e eu me calo.