Meus velhos amigos companheiros aqui da serra
Fazem comigo a derradeira serenata
Eu vou embora pra longe desta terra
Se não um dia a saudade ainda me mata.
Vocês percebem os meus olhos cheio d’água
A dor que eu sinto neste triste despedida
Sou um cativo condenado pela magoa
Que pouco a pouco dominou a minha vida.
Violão amigo me acompanha até a morte
Pra cumprir a negra sorte que Deus deu para nós dois
Mandei pra longe esta dor que me maltrata
Pra esquecer aquela ingrata que não sei pra onde foi.
Cruel saudade de um sonho já desfeito
É companheira de quem vive abandonado;
E uma esperança que morreu dentro do peito
E sepultada no jazigo do passado.
Pelo desprezo dizem que homem não chora,
Por mais que eu queira esquecer não sou capaz
Meus olhos choram por alguém que foi embora
Pra muito longe e talvez não volta mais.