Fosse coisa que eu pudesse em uma canção somente
E dentro dela coubesse o sonho de toda gente
Em versos dos mais singelos contasse a humanidade
Aquilo que tem de belo no sertão e na cidade.
Me diga agora seu moço verdade pra ser ouvida
Quem vai roer esse osso que deixei em sua partida;
Não é o pobre operário da cidade e do sertão
Quem nunca tem um salário que sobrar do pão.
Se chefe fosse ou seria, sincero no que mandasse
Nunca mais fugiria dos erros que praticasse
Quisera o meu pensamento usassem quem chefe é
Pra dar fim ao sofrimento de um povo perde a fé.
Não é por mim que lhe peço é em nome da minha gente
Que sofre muito, confesso a dor que você não sente
Se pobre não mais houvesse favores não existisse
Você que nada oferece promessa feita cumprisse.
Que visse o sofrido povo que minha pena cessasse
Que meu sertão todo povo, sorrissem e não mais chorasse
O rico alegre e risonho sentisse o nem da igualdade
Fizessem que todo sonho tornasse realidade.