Eu venho vindo de uma querência distante
Sou um boiadeiro errante que nasceu naquela serra
O meu cavalo corre mais que o pensamento
Ele tem o passo lento porque ninguém me espera
Tocando a boiada ê, ê, ê, boi
Vou cortando estrada ê, boi !
Tocando a boiada ê, ê, ê, boi
Vou cortando estrada ê, boi !
Toque o berrante com capricho Zé Vicente
Mostre para essa gente o clarim das alterosas
Pegue no laço não se entregue companheiro
Chame o cachorro campeiro que essa rês é perigosa
Olhe na janela ê, ê, ê, boi
Que linda donzela ê, boi!
Olhe na janela ê, ê, ê, boi
Que linda donzela ê, boi!
Sou boiadeiro, minha gente, o que é que há
Deixe o meu gado passar vou cumprir com a minha sina
Lá na baixada quero ouvir a siriema prá lembrar de uma pequena
Que eu deixei lá em Minas
Ela é culpada ê, ê, ê, boi
De eu viver na estrada ê, boi
Ela é culpada ê, ê, ê, boi
De eu viver na estrada ê, boi !
O rio está calmo e a boiada vai passando
Veja aquele boi berrando Chico Bento, corre lá !
Lace o mestiço, salve ele das piranhas
Tire o gado da campanha prá viagem continuar
Com destino a Goiás ê, ê, ê, boi
Deixei Minas Gerais ê, boi !