Compositor. Instrumentista. Regente. Zequinha de Abreu, filho do farmacêutico José Alacrino de Abreu. Estudou na escola de São Simão, cidade vizinha, transferindo-se depois para o Colégio São Luís, em Itu (SP). De formação singela, Zequinha de Abreu tornou-se figura decisiva da música popular Brejeira e de classe média no Brasil do começo do século XX. Graças a Carmen Miranda, ficou internacionalmente conhecido.
José Gomes de Abreu, conhecido como Zequinha de Abreu, nasceu em Santa Rita do Passa Quatro/SP, em 19 de setembro de 1880. Estudou num seminário de São Paulo, de onde fugiu de volta para a cidade natal. Compôs então uma de suas primeiras valsas, Flor da estrada. Num baile em Santa Cruz da Estrela (SP), conheceu a professora Durvalina Brasil, com quem veio a se casar em 1899. Residindo naquela cidade, abriu uma farmácia e afastou-se da música por um período, que seria breve.
De volta à Santa Rita do Passa Quatro, retomou seu envolvimento com as partituras, criando a Lira Santa Ritense e a Orquestra do Cinema Smart. Conseguiu um emprego como escrevente da coletoria e, em 1909, tornou-se secretário da câmara municipal. Além desssas atividades, continuava a compor e a coordenar a Lira Santa Ritense.
Em 1919, mudou-se para São Paulo (SP), onde passou a trabalhar como pianista demonstrador da Casa Beethoven e na Orquestra do Bar Viaduto. Reforçava o seu orçamento interpretando ao piano suas composições e vendendo as partituras para famílias abastadas. Quando se tornou funcionário público, já compunha Choros, Tangos, Marchinhas e Foxtrotes.
Seu título mais famoso, o choro Tico-tico no fubá, é de 1917. Divulgado mais tarde por Carmem Miranda nos Estados Unidos, tornou-se uma das músicas populares brasileiras mais gravadas em todo o mundo. Em 1918, Zequinha de Abreu compôs sua valsa mais conhecida, Branca.
No ano seguinte, com a morte do pai, mudou-se para São Paulo e passou a tocar piano em bailes, cabarés e casas de famílias ricas, onde também muitas vezes vendia suas partituras. Em 1933, fundou a banda Zequinha de Abreu, com 25 integrantes. O compositor morreu em São Paulo, em 22 de janeiro de 1935.
Boêmio, faleceu durante uma noitada, num quarto do Hotel Piratiniga, em São Paulo (SP), de ataque cardíaco. Sua vida inspirou o filme "Tico Tico no Fubá" (1952), dirigido por Adolfo Celi e Fernando de Barros.