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Cotidiano Pobretão

Zeca Pagodinho

A folha do coqueiro balançou mas não caiu, o meu povo meu povo tá
Sofrendo e ainda não desistiu.
O político prometeu, e até hoje não cumpriu, no meio desta quizúmba
O feijão foi que subiu.
Eu estou aqui de olho, já estou desconfiado que no final dessas contas
O povão será lesado.

Vou pedir nosso senhor para ele dar um jeito, estou triste magoado já
Não fico satisfeito, pra agüentar essa pressão vou meter pinga no peito.

Quando eu ando pela rua fico todo arrepiado, o pobre de pé no chão
Anda todo estrupiado, pois não tem nem um tostão e ninguém vende
Fiado.
Peço a deus nosso senhor, que proteja meu irmão de levar bala perdida
E dessa tal corrupção, o diabo aqui souto e ninguém dá solução.

Vou pedir nosso senhor para ele dar um jeito, estou triste magoado já
Não fico satisfeito, pra agüentar essa pressão vou meter pinga no peito.

Eu que moro aqui também, já estou acostumado, todo dia pro trabalho
Eu vou todo animado, pego duro no pesado pra meu filho ser formado.
No dia da minha folga estou quase desmaiado, dou um trato em minha
Nega para não ser corneado.
Minha vida vai mudar se eu ganhar na loteria, vou tomar banho na
Banheira e jogo fora a bacia.

Vou pedir nosso senhor para ele dar um jeito, estou triste magoado já
Não fico satisfeito, pra agüentar essa pressão vou meter pinga no peito.
Pra agüentar essa pressão vou meter pinga no peito, irmão desce mais
Uma.....fui.....embriaguei.

Composição: Marcos Antonio Pires de Oliveira





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