Valerie,
O vento sopra aonde quer e você ouve o ruído
O mar quebra nas praias ao sabor desse vento
O céu fica azul, mais azul, bailando as nuvens
A terra levanta a poeira e acende o fogo
A casinha pintada de sujeira e folha se maquia
No quintal os pintinhos procuram asas da mãe
O bule da chaleira apita anunciando o café
E o som da vitrola toca tremula e autiva
“Assim falou Zaratrosta” a canção do medo
O cheiro
Do vento, do mar, do céu, da casinha e do café
De Zaratrosta, da poeira, do fogo e da magia
O seu cheiro, seu perfume, sua pele e seus olhos
Na tua boca falam medrosa de amor
O cheiro
Que judia a paixão e insana meu pensamento
Dorme comigo aos risos de um ser confuso
Do beijo astral, que o universo é testemunha e
Odorisa minhas emoções e vive minha vida.