Minha alma anda pelas ruas
Toda nua a delirar
Distribuindo olhares
derrubando muros plantando árvores
Amarrando afagos distribuindo espaços
Minha alma quis ser morador de rua
Dono de nada no meio de tudo
Ausente de ternura
Foi ser chuva do cerrado
Descer das nuvens
De olhos fechados
Fazendo dessas águas
Rios abraçados de lagos
Passei a vida criando minha alma
Mas não foi à toa
Um dia ela será minha canoa
Ninguém sabe bem o que persigo
Ninguém sabe o que eu passo
Sou alma, asas, pernas e braços
Penso às vezes em partir
Outras ficar
Eu e minha alma
Moramos no mesmo lugar
Passei a vida criando minha alma
Mas não foi à toa
Um dia ela será minha canoa
Composição: Zebeto Corrêa / Vicente Sá / Jorge Ferreira