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Prece do Inocente

Zé Tapera e Teodoro

Numa casinha bem distante do arraial
Era um casal que há muitos anos vivia
Casado há tempo tinha um filho somente
Obediente, o que mandava ele fazia

Sua mãezinha só vivia trabalhando
Sempre ajudando a ganhar o pão de cada dia
Mas o seu pai, um canalha mascarado
Embriagado e na mulher sempre batia

Um certo dia esperar já era tarde
Lá da cidade foi chegando o beberrão
Para o filhinho nem um presente sequer
A pra mulher trazia a faca na mão

O inocente ouvindo aquele grito alto
Entrou no quarto e pôs o joelho no chão
Talvez pensando em ver a mãezinha morta
Com as mãos postas fez a sua oração

("Meu santo Deus poderoso, Vós que tendes grande poder
Mamãe é tão boazinha e não merece morrer
Depois papai será preso e qual será o meu fim?
Ao invés de matar mamãe, mande então matar à mim")

Estas palavras pronunciadas com amor
Nosso Senhor não faltou com a providência
Por um milagre o homem voltou a calma
Sentiu na alma a doer a consciência

E abraçando a mulher e seu filhinho
Rezou baixinho e pra Deus pediu perdão
Daquele dia ninguém mais o viu bebendo
Estão vivendo na mais completa união

("Obrigado Papai do céu por ter ouvida minha prece")

Composição: Samuel Gervázio de Oliveira e Aldair Teodoro da Silva





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