Zé Rodrix, nome artístico de José Rodrigues Trindade, (Rio de Janeiro, 25 de novembro de 1947) é um compositor, multiinstrumentista, cantor, publicitário, e escritor brasileiro.
Em 1966, formou, com Ricardo Sá (hoje Ricardo Villas), Maurício Mendonça (hoje Maurício Maestro) e David Tygel, o conjunto Momento Quatro, com o qual gravou, no ano seguinte, um compacto simples contendo sua canção "Glória", primeiro registro de uma composição de sua autoria. Ainda em 1967, apresentou-se, com o quarteto, no III Festival de Música Brasileira (TV Record), ao lado de Marília Medalha, Edu Lobo e o Quarteto Novo, interpretando a música "Ponteio", vencedora do evento.
Em 1968, lançou, com o conjunto, o LP "Momento Quatro", contendo suas músicas "Passa ontem" (c/ Luiz Fernando Werneck), "Dos caminhos longoestranhos até chegar junto dela" (c/ David Tygel e Ricardo Sá) e "De Luzia, Ana e Maria".
No ano seguinte, viajou, junto com o grupo de teatro GRAL e com o grupo musical Primeira Manifestação da Peste, para Porto Alegre, onde trabalhou como professor música e jornalista da publicação "Zero Hora".
De volta ao Rio de Janeiro, formou, em 1970, juntamente com Wagner Tiso, Robertinho Silva, Tavito, Luís Alves e Laudir de Oliveira, o grupo Som Imaginário, com o qual apresentou, ao lado de Milton Nascimento, o espetáculo "Milton Nascimento, ah, e o Som Imaginário", que estreou no Teatro Opinião e seguiu para o Teatro da Praia, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, gravou, com o conjunto, o LP "Som Imaginário", contendo, de sua autoria, as músicas "Morse" (c/ Wagner Tiso e Tavito), "Super god", "Make believe waltz" (c/ Mike Renzi), "Hey man" (c/ Tavito) e "Poison" (c/ Marco Antônio).
Desligou-se do grupo em 1971. Neste mesmo ano, venceu o Festival de Juiz de Fora com sua canção "Casa no campo" (c/ Tavito), que se tornou grande sucesso na gravação de Elis Regina. Ainda no início da década de 1970, participou, como compositor, da trilha sonora do filme "Como era gostoso o meu francês", de Nélson Pereira dos Santos, e dos musicais "Tem piranha na Lagoa", de Paulo Affonso Grisolli, e "Independência ou morte", de Hélio Bloch. Também em 1971, formou, com Luiz Carlos Sá e Gutenberg Guarabyra, o trio Sá, Rodrix e Guarabyra
No ano seguinte, lançou, com o trio, o LP "Passado, presente & futuro", contendo suas canções "Ama teu vizinho", "Boa noite" e "Primeira canção da estrada", todas com Luiz Carlos Sá, "Ouvi contar" (c/ Luiz Carlos Sá e Guarabyra), "Hoje ainda é dia de rock" e "Crianças perdidas".
Em 1973, gravou, com o trio, o LP "Terra", registrando suas canções "Os anos 60", "Desenhos no jornal", "Mestre Jonas", "Blue Riviera", "Adiante", "Pindurado no vapor", "O pó da estrada", "O brilho das pedras", "Paulo Afonso" e "Até mais ver", todas com Luiz Carlos Sá e Guarabyra. Em seguida, desligou-se do grupo, dando início à sua carreira solo, lançando, ainda em 1973, o LP "I Acto", contendo suas composições "Coisas pequenas", "Essas coisas acontecem sempre", "Receita de bolo" e "IIº acto", todas com Tavito, "Casca de caracol", "Eu não quero", "Cadillac 52", "Eu preciso de você pra me ligar", "Xamêgo da nega" e "Quando você ficar velho".
Ainda na década de 1970, participou, como compositor, das trilhas sonoras do musical "Miss (Apesar de tudo) Brasil", da peça "O refém", do filme "Motel" e das novelas da Rede Globo "O espigão" e "Corrida do ouro".
Em 1974, gravou o LP "Quem sabe sabe quem não sabe não precisa saber", registrando, de sua autoria, as canções "A volta do filho pródigo" e "Noite de sábado", ambas com Tavito, "Circuito universitário" (c/ Maxine), "Cadeira vazia nº 2" (c/ Luiz Carlos Sá e Guarabyra), "Os bons velhos tempos (Estão de volta outra vez)", "Não perca o final", "A roupa nova do rei", "Muito triste", "Compota de cereja", "Roupa prateada", "Muro da vergonha" e "Um rock pras futuras gerações", além da faixa-título. No ano seguinte, participou, como ator e diretor musical, da peça "Rock horror show".
Em 1976, lançou o LP "Soy latino americano", contendo suas composições "Boa viagem", "É impossível parar de dançar", "Chamada geral" (c/ Livi), "Exército da salvação", "Eu vou comprar esse disco" (c/ Lamis), "Ilha deserta", "Hmmm! (Mas que noite)", "Eu não sei falar de amor" (c/ Felipe), "Todo dia eu tenho que chorar um pouco" (c/ Ramos), "Casa no campo" (c/ Tavito) e "Boca de espera", além da faixa-título (c/ Livi) e da canção "Donde estará mi vida" (I. Roman, Segovia e F.Naranjo). Recebeu, por esse trabalho, o Disco de Ouro da ABPD. Nesse mesmo ano, compôs a trilha sonora do filme "O esquadrão da morte", de Carlos Imperial, lançada em disco pela RCA Victor.
Em 1977, gravou o LP "Quando será?", contendo, de sua autoria, as canções "Eu não fui bandido o tempo todo", "Devolve meus LP's", "O dono da verdade", "Água que não vais beber" e a faixa-título, todas com Livi, "Arca de Noé", "Casamento" (c/ Jorge Amiden), "Animais" (c/ Lamis), "Foi você quem nos apresentou" (c/ Ramos), "Baila salsa" (c/ Miguel) e "Se o cantor calar" (c/ Felipe), além de "Guantanamera" (Marti e Wolde).
Gravou, em 1979, o LP "Hora extra", registrando suas composições "Pela primeira vez", "Tomando chá", "Vem o hômi" e a faixa-título, todas com Paulo Coelho,"Adeus, amigo" (c/ Paulo Coelho e Dom Beto), "Te conheço, tubarão", "A gente pode voar", "Lili", "Cabeça de fora", "Onde está você?" (c/ Jorge Amiden) e "O jornal falou", além de "Lamento escravo" (Eliseo Grenet e Aurélio G. Riancho). Também nesse ano, lançou o LP "Sempre livre", registrando sua parceria com Paulo Coelho nas canções "Salve a bronca", "Se é pra voltar desse jeito", "Mercado do amor", "Carga pesada", "Abaixo a cueca", "Hotel das estrelas", "Norma (Problemas)" e "Eu preciso tanto", além de suas canções "Melô da abertura" e "Não, não, não". Em seguida, adaptou e dirigiu os musicais "Pó de guaraná" e "Village" e transferiu sua residência para São Paulo, onde realizou, com Miguel Paiva, o musical "Band-age!" e a revista musical "O analista de Bagé".
Lançou, em 1981, um compacto simples contendo "Seu Abelardo", uma marchinha carnavalesca indicando o apresentador Chacrinha como candidato à presidência da República, e "Rock do Planalto", ambas de sua parceria com Miguel Paiva.
Fundou, com Tico Terpins, o estúdio de gravação Voz do Brasil, especializado na criação de trilhas sonoras, jingles e assinaturas para diversos anunciantes e produtos, área na qual vem atuando com destaque.
Em 1983, passou a integrar o grupo Joelho de Porco, com o qual gravou, nesse mesmo ano, o LP "Saqueando a cidade", no qual participou também como compositor das faixas "Bom dia São Paulo", "Bom dia São Paulo nº 2", "Noite de Natal" e "Um trem passou por aqui", todas com Tico Terpins, "Vai fundo", "Telmo Martirio" e "Conjunto de beira de piscina de filme italiano", todas com Tico Terpins e Próspero Albanese, "Home do imposto de renda", "Pé na senzala" e "Rock do relógio".
Assinou, em parceria com Miguel Paiva, a versão "Demais", da canção "Yes, it is", de Lennon e McCartney, registrada por Verônica Sabino no CD "MPBeatles", lançado pela Universal Music.
Em 1986, participou, como compositor e produtor musical, da trilha sonora da novela "Cambalacho" (TV Globo), registrada em disco pela gravadora Som Livre, com destaque para a faixa "Alguém que olhe por mim", versão de sua autoria, em parceria com Miguel Paiva, para "Someone to watch over me" (George Gershwin e Ira Gershwin), gravada por Emílio Santiago.
Em 1988, lançou mais um disco com o Joelho de Porco, o LP "18 anos sem sucesso", no qual assinou a autoria da canção-título (c/ Albanese, Terpins, Jotinha e Zingg) e de "Mariquinha, maricota" (c/ Albanese, Terpins e Zingg), além das versões "Rebelião no Carandirú (Riot in cell block number 9)" (c/ Albanese, Zingg, M. Stollen e J. Lyibre), "Enquanto você pisa ni mim (You really go to hold on me)" (c/ Albanese, Zingg e Robinson), e "Se eu me apaixonar (When I fall in love)" (c/ Albanese, Zingg, E. Heyman e V. Young).
Entre 1989 e 1996, assinou a direção musical dos espetáculos "Não fuja da Raia" e "Nas Raias da loucura", de Sílvio de Abreu, e do programa "Não fuja da Raia" (Rede Globo), estrelados por Claudia Raia.
Em 1993, foi contemplado com o prêmio Kikito, no Festival de Cinema de Brasilia, pela trilha sonora do filme "Batman e Robin".
Ainda na década de 1990, criou trilhas sonoras para os espetáculos "Tributo", "Geppeto" e "A secreta obscenidade de cada dia" e integrou o elenco de atores dos filmes "Um político imbecil", de Pirandello, e "Alô", de Mara Mourão.
Em 1994, recebeu o prêmio APETESP de Melhor Trilha Sonora, pela autoria da música do espetáculo "A bela e a fera".
Em 1996, seu musical "Heleno de Freitas - Um homem chamado Gilda", escrito em parceria com Miguel Paiva, em 1980, foi montado, no Rio de Janeiro, pela Orquestra Brasileira de Sapateado.
Em 1998, criou a trilha sonora do musical "Os reis do improviso", de Jandira Martini e Marcos Caruso, pela qual recebeu mais um prêmio APETESP de Melhor Trilha Sonora.
Paralelamente ao seu trabalho na música, atuou como jornalista e escritor, tendo lançado, em 1999, o livro "Diário de um construtor do templo", contemplado com o Prêmio Lima Barreto, conferido pela União Brasileira de Escritores.
Em 2001, voltou a se reunir com Sá e Guarabyra, apresentando-se no festival Rock in Rio. Nesse mesmo ano, o trio gravou o disco ao vivo "Outra vez na estrada", contendo suas canções "Outra vez na estrada", "O pó da estrada", "Aqui se faz, aqui se paga", "Mestre Jonas" e "Criador e criatura", todas com Sá e Guarabyra, "Primeira canção da estrada", "No tempo dos nossos sonhos (nova era)" (c/ Sá), "Casa no campo" (c/ Tavito), "Jesus numa moto" e "Hoje ainda é dia de rock". O trio apresentou-se, em show de lançamento do disco Canecão, no Rio de Janeiro.
Em 2003, tornou-se Curador do Clube Caiubi de Compositores, estando ainda hoje em plena atividade junto aos inúmeros compositores que freqüentam o
movmento e a sede do Clube (situado à Ria Caiubi 420, em Sao Paulo), produzindo trabalhos dos grupos Os Tropeçalistas, Trinca Caiubi e Rossa Nova . É da mesma época a fundação da CriAnon (Criativos Anônimos), um bureau de criação que atende clientes como Davene, Votorantim, Café Journal e La Façon, entre outros.
Em 2004, compôs a música "São Paulo 450", para a festa dos 450 anos da cidade de São Paulo, gravada por Daniela Mercury especialmente para a ocasião. Também nesse ano, foi contratado pela Fundação Padre Anchieta para criar a parte musical de um novo canal de TV a cabo infantil, a TV Ratimbum. É também responsável pela reforma da identidade sonora da Rádio Cultura FM de São Paulo, criando, nos mais diversos estilos da música erudita nacional e internacional, as vinhetas e as novas identificações da emissora.
Constam da relação dos intérpretes de suas canções artistas como Rosana ("Pensei que fosse fácil (Mas não é)", com Miguel Paiva), Lafayette ("Quando será?, com Robert Livi), Banda Black Rio ("Amor natural", com Jorjão), Quarteto em Cy ("Underground", com Luiz Carlos Sá, e "Antes da primeira hora", com Luiz Carlos Sá), Vanusa ("Retrato na parede"), Elza Soares ("Saltei de banda, com Luiz Carlos Sá), Evinha ("Deixa rolar" e "O que é que eu estou fazendo na rua", com Luis Carlos Sá e Guarabyra), "Diana Pequeno ("Olhos abertos", com Guarabyra), Elis Regina ("Casa no campo", com Tavito), Celly Campello ("Os anos 60", com Luiz Carlos Sá e Guarabyra), Marisa Gata Mansa ("Cadeira vazia", com Luiz Carlos Sá e Guarabyra), Ronnie Von ("Essas coisas acontecem sempre", com Tavito), Roupa Nova ("Fim de semana", com Miguel), Sá e Guarabyra ("Coisa à toa", "Desenhos no jornal, "O pó da estrada", todas com Luiz Carlos Sá e Guarabyra), Rosa Marya Collin ("Coisas pequenas", com Tavito), Vanusa ("Coisas pequenas", com Tavito), Sérgio Reis ("Carga pesada, com Paulo Coelho), Zezé de Camargo e Luciano ("Casa no campo", com Tavito), Golden Boys ("Casa no campo", com Tavito), The Fevers ("Aquele fogo", com Luiz Carlos Sá e Guarabyra, "Boca de espera", "Dá um "time" xará", com Bambi, "Sonho estranho", com Beto e Miguel, "Tremendo careta", com Marcelo e Miguel, "Você pra lá eu pra cá", com Maxine, e "Olhos azuis de bebê"), Kid Vinil ("Franguinha assada", com Tico Terpins), Kid Vinil e Magazine ("Tô sabendo", "Casa da mãe", "Bilirubina" e "Kid Vinil", todas com Tico Terpins), Célia ("Vida de artista", com Luiz Carlos Sá), Cida Moreira ("Traçado", com Tico Terpins, e "Turma do bilhar", com Miguel Paiva) e Os Incríveis ("Brasil acima de tudo", com Miguel Paiva).
Ativo representante de classe, é membro das diretorias da Associação Paulista de Publicitários (APP) e da Associação de Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (APETESP), sendo intensamente requisitado como consultor para negócios de internet e e-business de São Paulo.
Foi agraciado com o prêmio "Homem do Ano 2005 - III Edição", idealizado em homenagem, comemoração e exaltação ao "Dia Internacional do Homem", organizado pela AVB Produções, Promoções e Eventos, outorgado em solenidade realizada na Assembléia Legislativa Estadual de São Paulo. Também em 2005, publicou o livro "Zorobabel, reconstruindo o templo" (Ed. Record), segundo volume da "Trilogia do Templo", que teve início com "Diário de um construtor do templo".
Em 2006, fez shows com seu trio Sá, Rodrix e Guarabyra. Nesse mesmo ano, apresentou-se com o show solo "As canções" e, ao lado de Tavito, com o show "A casa no começo da rua". Ainda em 2006, concebeu, escreveu, produziu, dirigiu e compôs a trilha do musical apresentado no Auditório Ibirapuera (SP) que registrou o lançamento do carro Prisma, da General Motors.
Lançou, em 2007, o livro “Esquin de Floyrac: o fim dos templos” (Record), terceiro volume da “Trilogia do Tempo”.