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Chão Batido

Zé Fortuna E Pitangueira

Na Estrada de chão batido, depois que passa a boiada
Sinais de milhões de cascos, ficam na terra pisada
Também no chão do meu peito, morada do coração
Ficaram rastros de mágoas, da estrada da solidão

Chão batido é terra dura, onde não nasce capim
Hoje eu carrego um pedaço, deste chão dentro de mim
Planto esperança e não nasce, planto fé não dá raiz
Só a lembrança é que brota, neste meu peito infeliz

A boiada da esperança, há tempos já foi embora
Só há chuva da saudade, dos meus olhos quando chora
Molha o chão do meu destino, transformando em lamaçal
Sou folha no chão da estrada, caída com o temporal

Na estrada de chão batido, onde eu caminho tão só
Vejo a flor abandonada, morrer coberta de pó
Eu comparo a minha vida, com a vida dessa flor
Morri no pó do abandono, ao perder meu grande amor






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