"Uaaaaaa...
Porcaria,
pisei de novo no 'piniquim' de plastico que a minha vó me deu
Mais um dia nessa inxistênça mardita nesse sertão desgramado...
-Ô Zé firminino cê tá durmino
-Tô nao sinhô seu coroner, tá na precisança deu???
-Né nada não Sé é que eu quiria fazê uma rima.
-Fazê rima... e tem uns sujeito qui pensa que nóis é besta, eu sei fazê inté rap
Esse rap foi feito em riba duma carroça
Não fala nada de nada, é um rap da roça
Esse rap foi feito em riba duma carroça
num fala nada de nada, é um rap da roça
Meu nome é Zé Firmino, sô fio do sordado
Que agarrô à força a doida do sobrado
Cresci sem tomar Toddy, nunca andei de Velotror
num bebi emussão escoti, num tomei Carcigenor
Cresci no sofrimento, a miséra me cercava
Garrei prantá cebola, vê si as coisa miorava
Mais a seca matô tudo
tentei criá galinha
Os muleque pulô o muro e comeu minhas bichinha
E nem usaram camisinha sô...
Prantei a mão num cara que era fio do prefeito
Os políça me espancaro no avesso e no direito
Tentei prantá mandioca no terreno duma mulata
Ela oiô minha prantinha e mando ieu prantá batata
Eu pensei “É... A vida é um cão de saia,
Prantá num é minha praia. Eu vô mudar...”
Fui lá pro sertão do Quixadá.
Mas esse rap foi feito em riba duma carroça
num fala nada de nada, é um rap da roça
Mas esse rap foi feito em riba duma carroça
num fala nada de nada, é um rap da roça
Fui trabaiá num sitio de um dotô coronér
O sujeito era esquisito me fazia de muié!
Eu fazia obrigação, era bão dona de casa
Mas a imaginação do sujeito criou asa
Pedia beijo de língua, mas eu num dava...
Mas esse rap foi feito em riba duma carroça
num fala nada de nada, é o rap da roça
Esse rap eu escrevi nu mei da minha paióça
num fala nada de nada, é um rap da roça
Teve um firme na cidade de um tal de Lampião
Resorvi virá jagunço do mai ruim desse sertão.
Na primera das tocaia, pra mostrar co era mau
Avistei Zé das Lacraia, tasquei-lhe um tiro de sal
O minino caiu morto, durin no meio da mata
Morreu todo sargadinho porque tinha pressão arta.
-Mais eu que num era um sujeito muito ruim ainda né
Troquei a carga da espingarda, usei bala deliça
Veio dona Emengarda cum balaio de lingüiça
Tasquei-lhe um tiro certo na cacunda esquelética
A véia caiu morta pruque era diabética
-Cê é rui memo heim Zè...............