Lá na Fazenda das Flores
Aonde eu estou morando
É um pequeno paraíso
Onde eu vivo a muitos anos,
Tem o brilho da estrela
E a beleza do oceano
Contribuo com a natureza
Criação do soberano,
Lá eu sou muito feliz
Nunca tive um desengano.
Todo dia eu levanto
Quando o dia vem clareando
A saracura Três Potes
No varjão está cantando,
Galo canta no puleiro
Pouco a pouco amiudando
E muitos passarinhos cantam
Todos os dias festejando
O brilho da estrela d’alva
Devagar vai se apagando.
Bem distante ao pé da serra
Uma cachoeira roncando
E no bolo do quintal
O munjólo trabalhando,
E no retiro o retireiro
Seus serviços começando
E na porteira do curral
Vacas e bezerros berrando,
Nós veja de quase em sempre
Dois touros bravos brigando.
Rio a baixo e rio acima
Bando de garças voando
E na lagoa do varjão
As flores do mato nadando,
Boiadeiro deixa o rancho
Aonde estava morando
E já desponta a boiada
E já vai se retirando,
Llá na frente um berranteiro
Seu berrante repicando.
No curral a peonada
Nova tropa adomando
E no palanque que aroeira
O Rochudo está bufando
No alpendre da fazenda
Numa rede balançando
A senhora minha esposa
Nossos filhos carinhando,
Ela é a flor da fazenda
E dois botões desabrochando.