Quando eu visito minha mãe do coração,
Eu sempre vejo na parede pendurado,
Um pequenino pitoresco lampião,
Que ela conserva por lembrança bem cuidado.
Olhando aquele lampiãozinho aposentado,
Sinto acender a luz da recordaçã,
A mesma chama que brilhou no meu passado,
Eu sinto agora queimar meu coração.
Lampiãozinho a querosene inesquecivél,
Que aos meus pais iluminou na flôr da idade,
Hoje apagado sem pavio sem combustivél,
Mantem acesa a chama viva da saudade.
Eu quantas vezes ante a luz desse lampião,
Vi minha mãe levantar de madrugada,
Fazer café e preparar o caldeirão,
Pra logo após o papai sumir na estrada.
O lampiãozinho não tem mais utilidade,
Só por enfeite foi põe sala tão solene,
Mas eu daria toda eletricidade,
Por tempinho do lampião a querosene.