Rincãozito coraçonado,
Caminito de minha alma,
Pedra, barro e capim,
Casa, galpão e querência,
Rincãozito abençoado,
Donde orações vidaleras
Da minha infância morena
Me fez assim...
Rincãozito amanhecido
Donde molhei alpargatas
Na recolhida dos mansos,
E os retratos do acalanto,
Encontrei junto da quinta,
Misturado a pessegueiros
E laranjeiras copadas
Rincãozito de mi flor.
Os ventos que ti voavam,
Deram asas ao meu poncho
E me ensinaram teus sonhos
Noite a dentro galopeando,
O coração das madeiras
Na alma sonora dos matos,
Sem sua forma possuía
O arpejo das guitarras.
Ricãozito de mi flor, o teu rio
Guarda em sua cinta de prata,
Sonhos de lua banhada
Pelo feitiço das águas,
Meu poema é este rio,
Nascido em meio a tuas pedras,
Que em sua estrada real,
Traz segredos da minha terra.
Rincãozito sabes tu,
Quando cruzo em teus caminhos,
Vejo um avô e um filho,
No ramadão junto as casa,
Uma espécie de visão de mim mesmo,
E comovido,
Eu dou gracias ao Divino
Por Ter os olhos tão limpos
De enxergar estas coisas
Que mexem tanto comigo.