O sol à tarde declina
Espalha sombras pelo chão
Eu parado em certa esquina
Faço versos pra canção
As pessoas vão e vêm
Tocam o meu coração
Então passo a vida a limpo
Cada corpo é uma ilusão
E a vida quer brincar
De ser eterna
Toda vida até tornar
Ao lugar que é pra sempre
Ó meu delírio, proteja
Do céu da periferia
Essa gente que na incerteza
Vai tecendo o dia
O menino e sua destreza
Com a bola da fantasia
O meu estranho garimpo
Na tarde que delia
E a vida quer brincar
De ser eterna
Toda vida até tornar
Ao lugar que é pra sempre
Não lhes trago de presente
Nenhuma graça divina
Nenhum colar de riquesas
Nenhuma frase que ensina
Nenhuma revolução
Pra mudar a sua sina
Apenas alguns versos
Adornados de rima
E a vida quer brincar
De ser eterna
Toda vida até tornar
Ao lugar que é pra sempre.