Manuel Flores vai morrer
Isso é moeda corrente
Morrer é um costume
Que sabe ter toda a gente
Amanhã virá a bala
E com a bala o olvido
Disse o sábio Merlin
Morrer é haver nascido
Apesar disso me dói
Despedir-me da vida
Essa coisa tão de sempre
Tão doce e tão conhecida
Olho na alba minhas mãos
Olha nas mãos as veias
Com estranheza as contemplo
Como se fossem alheias
Quanto coisa em seu caminho
Esses olhos terão visto
Quem sabe o que verão
Depois que me julgue Cristo
Manuel Flores vai morrer
Isso é moeda corrente
Morrer é um costume
Que sabe ter toda a gente