Quando nasce no berço da exclusão, sofrimento
Fator natural, será?
Automaticamente nasce um escravo, não tem jeito, é pobre
Fator natural, será?
Não existe inocência, a realidade espeta cruelmente
Com a necessidade de ser ajudado
O tempo é lento, um tipo estranho de humilhação
A vida gira em torno de tudo aquilo que se quer conquistar
Oportunidade passa longe de nossas mãos cansadas, calejadas
De tanto construir as paredes que protegem os barões
Que se escondem atrás de uma lei
Que exerce a sinistra função de nos oprimir, de nos excluir
Ei sei, eu vejo, eu luto, é preciso resistir
É uma questão de honra deixar de ser escravo de si mesmo
Com toda essa guerra, ódio, violência
Permaneço firme na linda e verdadeira poesia que diz:
“O ódio nunca vencerá o amor, a guerra nunca vencerá a paz”
A violência não vai calar a nossa voz periférica, periférica,
periférica que diz que entre nós tá faltando amor
Na eterna luta entre o bem e o mal, o que é bom e reto sempre prevalece
Vê se não se esquece, mensagem positiva através do rap
O jogo é duro, o seu futuro será escuro
Aprisionado mentalmente pelo sistema nesta prisão sem muros
Todos permanecem calados, sentados, parados, de braços cruzados
Os meus, os seus, os nossos ideais não podem ser deixados de lado
Estou de pé na correria, som de periferia, guettoterapia
[Demorou, é nóis!]
A violência não vai calar a nossa voz