Quando era moço novo era guapo igual leão
Dava urro lá no mato que extremecia o sertão
Mas estou ficando velho sem força no meu pulmão
Quero cantar e dar grito,
Mas em vez de fazer bonito só solto uma ronquidão.
Au, au, au, ão, ão, ão, ai, ai, ai, mas que baita ronquidão
Fui até o Paraguai numa certa ocasião
Me deram água gelada na cuia do chimarrão
Numa bomba diferente das bombas do meu rincão
Tomei mate a noite inteira
E voltei la da fronteira soltando uma ronquidão.
Chegando lá em são Paulo fui cantar no Garitão
Puxei da minha cordeona e sapequei um vanerão
Tinha sede de carinho pela filha do Tião
A minha sede era tanta
Me deram gelo com fanta e me bateu a ronquidão.
Terminei a minha andança e ao voltar pro meu rincão
Já logo fui convidado pra ir na televisão
Num tal de Galpão crioulo, ou crioulo de galpão
Naquele baita programa
Levantei a minha fama soltando uma ronquidão.