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Revolta De Peão

Velho Milongueiro

Patrão não grite comigo que afinal não sou cachorro
Se há escravidão eu só corro pelos direitos sociais
Eu sei bem a diferença do meu viver e do seu
Que diante da lei de Deus nós somos todos iguais.
E o senhor não reconhece que sou galho em brotação
Que o velho tronco patrão que desde o primeiro pé
Foi criado com carinho, deu cerne, fruto e flor
A seus pais trate senhor fosse hoje isso que é

Sou peão, bem reconheço, mas pode ter a certeza
Sou um guacho da riqueza, mas não sou um João Ninguém
Tive pai e tive mãe que me deram educação
E me ensinaram, patrão, a ser humilde também.

Se o senhor teve a sorte de nascer nadando em ouro
O meu berço foi de couro esticado sobre o leito
Mas nasci com a mesma luz que vem de lá das alturas
Que todas as criaturas de nascer tem o direito.

Meus filhos seguem a luta da minha mesma ventura
Eu sofro a mesma tortura ao vê-lo neste castigo
Por que me faço obediente dos meus destino de pobre
Pra fazer de sempre nobre o senhor grita comigo.
Não grite mais meu patrão um homem, da sua iguala
Que as vezes triste se cala curtindo a mágoa que tem
Eu sei medir a distancia dessa sua posição
Mas não me grite tpatrão que eu sou um homem também.






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