Pra cantar minha biografia licença peço primeiro
Tanto e pé como a cavalo sou o mesmo homem campeiro
A cavalo na verdade percorro o Brasil inteiro
De uma saudade atrevida faz tempo que sou tropeiro
Não gosto de andar mentindo vivo cantando e sorrindo
Me batizei por Arlindo apelido Milongueiro.
Esse simples apelido minha carreira marcou
Com a graça de Jesus o velhinho consagrou
Eu agradeço meu povo que sempre me incentivou
E as todas as emissoras onde meu disco rodou
Sigo cantando sozinho, semeando amor e carinho
E abraçado no meu pinho o povo sabe quem sou.
Tantas coisas acontece neste mundo sem cancela
Um dia eu tava cantando numa festa na capela
Na volta de um corredor enxerguei uma donzela
Toda vestida de prenda vestido corpinho flor de costela
Na minha cuia deu um estalo nesta prenda vou dar um pialo
Reconheci meu cavalo debaixo da Gabriela.
Já levai ela comigo num rancho de santa fé
E eu que não tinha nada tenho cavalo e mulher
Hoje ela sai no tubiano e eu sio no pangaré
E assim vou levando a vida do jeito que deus quiser.
Levo uma vida sem luxo cantando aguento o repuxo
Já mostrei que sou gaúcho seja a cavalo ou a pé.