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Cada Um Vale O Que Tem

Velho Milongueiro

Com dinheiro na guaiaca
Tempo feio não me ataca quando saio pra folia
Tempestade é chuva fina
Pra cortejar uma china troco a noite pelo dia.
Pra gaiato não me micho
Se surgir algum cambicho eu me desmancho em carinho
Pois mulher é bicho arisco
E eu não vou correr o risco de ficar velho sozinho.

Cada um vale o que tem
Ninguém vale mais que ninguém meu avô sempre dizia
Patacuada verdadeira
O que eu tenho na carteira faz a minha parceria
Quando estou com dinheiro
Nunca falta companheiro seja de noite ou de dia
Mas quando eu estou pelado
Não me faço acompanhado, nem sirvo pra companhia.

Certa vez numa festança
Resolvi entrar na dança sem dinheiro na algibeira
O que eu não tinha comigo
Esperava de um amigo que ajudei a vida inteira.
Descobri naquela dia
Que uma colheita sadia depende como se planta
Pra mode ficar na sala
Em penhorei o meu pala para o dono da bailanta.

Eu entrei numa cinuca
Sempre tomando na nuca sem ninguém no meu costado
Descobri bem ligeirinho
Que é melhor nadar sozinho do que mal acompanhado.
E agora me acredite
Não aceito mais convite dessa parceria fraca
A miséria não me agarra
Por que só volto pra farra com dinheiro na guaiaca.






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