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Botando Os Podres Pra Fora

Velho Milongueiro

Eu nunca tinha sofrido como estou sofrendo agora
Se eu contar os meus problemas muita gente se apavora
Estou igual a um doente sem um sinal de melhora
Tô num beco sem saída,
Só vou melhorar de vida botando os podre pra fora

Fui fazer um feijoada eu e a minha senhora
Para escolher o feijão convidei a minha nora
Pra ela deixar bem limpinho demorou mais de uma hora
Tinha uns podre misturado
E ela custou um bocado pra botar os podre pra fora

Botei um salão de baile lá na vila Teodora
Foi ali que eu consegui as coisas que tenho agora
Encrenca naquele baile se criava toda hora
Eu bancava o segurança,
Acabava com a lambança botando os podre pra fora

No ônibus que eu viajava, dormi de bota e espora
Me acordei com uma mulher dando bronca com o motora
O motorista falou: o que foi minha senhora
E ela falou irritada:
Tem ali um camarada botando os podre pra fora.

Eu comi batata-doce e fui dormir fora de hora
Na casa de um camarada que eu não lembro o nome agora
Tinha um papagaio louro lá na casa que ele mora
Não sei o que ele sentia
Que a noite inteira dizia bota esse podre pra fora

Composição: Arlindo Silva dos Santos/Manoel Severo Filho





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