Velho herói do volante na lida bem traquejado
Tem passagem importante que marcou seu passado
Na luta do dia-a-dia em suas longas jornadas
Sua história se mistura na poeira da estrada.
Cortando serras e vales, veredas e chapadões
Você foi um baluarte desbravador dos sertões
O ronco do seu possante que se ouvia na lonjura
Assustava o quero-quero na restinga de água pura.
Enfrentando tempestade, sol, chuva, frio e vento
Fez da sua profissão trabalho e divertimento
Nos lugares que passou, nos mais distantes rincões
Deixou marca de lembrança machucando corações
Quando criança eu ficava com a vista muito atenta
Vendo seu bruto rasgar a estrada lamacenta
Depois a minha infância a minha grande paixão
Era conhecer o mundo dirigindo um caminhão.
Velho herói do volante que eu admiro tanto
Sua vida é um poema de alegria e desencanto.
Eu nunca fui nem a sombra do homem que você foi
Mais a paixão pela lida sempre dominou nós dois
E hoje te vejo triste pensando em que sabe deus
Sinto a espora da saudade rasgar este peito meu
Minha mente se transporta a um tempo que longe vai
Pois esse herói do voante é você meu velho pai.