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Neve Carbónica

Uaninauei

Ver ginastas a cair
Prostitutas a sorrir
Entra na roda um pedinte orgulhoso
O filho pródigo da arma do crime
Um gato preto que se esconde num prédio
Vai algemado o assassino sem vítima

São paredes sem cor em casas de vapor
Diz que é tudo normal

Abre no espaço um portão
onde se toca no chão

Precipício infinito
Quem cai não chega ao fim
São asas de granito
Crescem atrás de mim
Num mundo sem fronteiras
É proibida a lei
E quebram-se as barreiras
Entre o povo e o rei

E vês Babel a ruir
E o planeta a implodir
São muros sem betão

São consciências em expansão
do céu profundo ao caixão
Vê-se planar um balão de oxigénio
E há promoção de prostitutas na rua
Vês aumentar a biblioteca da ignorância
E a cada passo pisas outro buraco

São telhados de vidro que partem sem ruído
Parte-se em mil o céu

Chovem estilhaços em ti
São mil muros de Berlim

É mental essa violação das hormonas em construção
Corpos de pedra que pairam no ar
Ouvem-se ao longe os céus de vidro a quebrar

Neve Carbónica, neve carbónica
Terra fumegante e sulfurosa
Criança agonizando sob a cinza de relógios velhos
Placas de antimónio violadas
Pelo mistério dos sábios
Pelos cosmonautas
Pelos ultra-sons
E o autómato caminha lentamente
vertendo mercúrio pelas veias de aço
Sonhos impossíveis
Números impossíveis
Raios laser
Neve carbónica






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