O Trio Sabiá nasceu em São Paulo, no final de 1985, mais precisamente no lendário Forró do Pedro Sertanejo, na Rua Catumbi, 183, bairro do Brás. A iniciativa foi do baiano João Davi Cruz, que cantava na casa e resolveu convidar João Oliveira de Almeida, o Tio Joca, irmão de Pedro, para formar um trio.
Tio Joca relutou, mas acabou aceitando o convite e convidaram também outro baiano, José Miranda de Lima, o Roxinho, para tocar zabumba. Esse trio, que ainda não tinha nome começou se apresentando no Forró do Pedro.
Em seguida gravaram um tape, que o cantor e compositor Geraldo Nunes encaminhou para a gravadora Arca, editar um LP e lançar o Trio no mercado.
Os três componentes já haviam decidido que o trio se chamaria, Os Filhos da Bahia, considerando a mesma origem dos três. Só que quando o Tio Joca foi buscar o disco na gravadora foi surpreendido com a deliberada alteração do nome escolhido. Os produtores da Arca mudaram para, Trio Sabiá, sem consultar ninguém e alegaram que queriam evitar o regionalismo que o primeiro nome sugeria, guiados pelas orientações do marketing. Só que, tanto Tio Joca quanto Davi e Roxinho acabaram gostando do novo nome. E foi como Trio Sabiá que os três rapazes desandaram a tocar o puro forró pé-de-serra. Voltaram para a Bahia e começaram a se apresentar em várias regiões do nordeste. Neste período foram gravados quatro LPs, dois deles pela gravadora Arca e dois pela Pipoco, com a ditribuição feita pela gravadora Continental.
No final de 1989 o Davi saiu do Trio Sabiá para voltar a cantar sozinho. Tio Joca então resolveu retornar para São Paulo, mas Roxinho preferiu continuar na Bahia, em Feira de Santana. Em São Paulo, Tio Joca tratou logo de encontrar dois novos componentes para refazer o Trio Sabiá. Sebastião Lucindo da Silva, o Tião, que assumiu o lugar de Davi como cantor e José Menezes de Bezerra Filho, o Zito que havia conhecido o Tio Joca, em um show do Luis Gonzaga no ano de 1985 na cidade de Monte Santo na Bahia, recebeu o convite para integrar o Trio Sábia, substituindo na zabumba o Roxinho. Com essa nova formação chegaram a gravar três LPs, em 1990, 1991 e 1992.
Onde até então o Trio Sabiá, só era conhecido no nordeste, particularmente na Bahia ou nas típicas casas nordestinas da capital paulista, como no Forró do Pedro Sertanejo. Em 1991, já com sete LPs foram convidados a tocar para estudantes em um show no Vale do Anhangabaú, centro da cidade de São Paulo, fato que abriu espaço no movimento comportamental que estava surgindo, o forró para os universitário.
No final de 1992 o Tião deixou o Trio Sabiá e em seu lugar entrou o sergipano José Aluízio de Jesus Cruz, que conheceu o Tio Joca, através do Oswaldinho do Acordeón, que convidou o Tio Joca e o Zito para participar do coral de um LP que ele iria lançar, logo em seguida ele foi fazer parte do trio. Dono de uma das vozes mais bonitas do forró feito em São Paulo, na opinião, inclusive, dos demais forrozeiros. Nessa terceira formação, com Aluízio, Tio Joca e Zito o Trio Sabiá gravou mais dois LPs e cinco CDs, em uma trajetória de sucessos e maturidade que está completando 11 anos.
Um período em que brilhou intensamente no forró universitário, ou seja, nas casas noturnas da zona sul de São Paulo, para um público de classe média alta que desandou a consumir o tradicional pé-de-serra como uma grata novidade. Locais como o Galpão 16, Remelexo, Projeto Equilíbrio, KVA, Canto da Ema e outras.
Tio Joca é irmão de Pedro Sertanejo e tio de Oswaldinho do Acordeón, portanto pertence á uma das mais tradicionais famílias de forrrozeiros do país. Iniciou na carreira artística de forma quase inevitável, vivendo em meio à músicas e músicos, dentro do lendário Forró do Pedro Sertanejo, na Rua Catumbi, 183 no bairro do Brás, na cidade de São Paulo.
Zito é natural de Altinho, pequena porém bonita cidade do interior pernambucano ao lado de Caruru, capital de forró. Cresceu ouvindo essa música que é o seu forró de cada dia. Já tocava um pouquinho de zabumba e triângulo com seus primos, mas seu interesse por música aconteceu quando tinha aproximadamente 6 anos. Com essa idade fez seu primeiro instrumento musical, colocando feijões dentro de um frasco de desodorante e pronto estava feito o ganzáque, que ele tocava batendo na cabeça e no peito. Seus irmãos o chaavam de aluado (doido). Em 1990 foi para São Paulo e logo estava tocando agogô com o seu cunhado, Cesár do Acordeon. Passou por dois grupos musicais, Terra Firme e Lus do Sol do baiano João Ba e também pelo Trio Três Nordeste, ambos já instintos. Em 1991, foi convidado por Tio Joca para integrar o Trio Sábia onde está até hoje.
Aluízio naceu na cidade de Simão Dias, estado do Sergipe. Aos 11 anos começou a participar de eventos culturais como o Reizados, Bumba-Meu-Boi, Circos e cantando todos os gêneros musicais (populares brasileiras). Aos 20 anos, veio para o estado de São Paulo e foi morar na baixada Santista, onde encontrou vários amigos forrozeiros que logo convidaram para tocar. Aluízio foi se destacando com dificuldades, mas com tranquilidade e espírito lutador aos poucos foi conseguindo realizar muitas coisas boas e a realizar antigos sonhos.