Olhando para o espelho vi a imagem do meu rosto
Marcada pelo desgosto que a vida sempre nos trás
Pude então compreender que a minha querida infância
Perdida lá na distância passou e não volta mais
Tudo passa tão depressa de janeiro a dezembro
Saudoso ainda me lembro as noites enluaradas
Quanto eu me sentia feliz embaixo do pé de rosa
Beijando a boca formosa da minha doce amada
Para mim tudo foi lindo naqueles tempos ditosos
Felizes e venturosos que passei na juventude
Talvez não fui tão feliz mas por saber que um dia
A velhice chegaria aproveitei o que pude
Já tive milhões de amores prazeres e grandes aventuras
Também senti amarguras sofrendo golpes tiranos
Mas quem me dera voltasse aqueles dias risonhos
Tempos de verdes sonhos com meus dezoitos anos.