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Águas

Tribo da Periferia

Mais uma vez eu naveguei
Nas mesmas águas que um dia naufraguei
E não sabia nadar, mas aprendi que
As mesmas águas que um dia eu mergulhei, nelas posso me afogar

Fechei os olhos e assisti minha própria sentença
As algemas decidem tudo que o homem pensa
A vida é tipo uma nuvem que o vento sopra
É foda, todo momento assume uma nova forma

E vai... A noite chega e ela desaparece
Sem perceber todo mundo se esquece
Enquanto o sol aquece, o coração apodrece
Os sonhos adormecem e ela continua

Tirando fotos da rua
Filmando os fatos até que um dia escureça
Minha poesia é sentimento real
De quem conhece lágrimas de natal

Arma na mão um frio no coração
A feição, a fome ou a fama qual sua função
Vê uma criança armada e achar normal ou
Vê seu irmão morrer na porta do hospital

Como as águas tudo vai passar
Como o sol se põe no fim do mar e a chuva trás esperança de paz
Como as lagrimas tende a secar
Tudo passará, tudo passará

São 5 horas e começa uma nova aula
Quero acordar mas o corpo pede calma
Ai pensei numas fita que dóI na alma
Nossa fauna 70 por cento na jaula

Voltar no tempo eu nem sei se vale a pena
Nada mudou só continua os problemas
Talibã, hoje favela, ontem vietnã
Os clã de ontem e hoje sei que vão pro rotam

Acordei cedo disposto a da um rolê no campão
Sei lá, pra aliviar o coração
Pra ver o sol surgindo da imensidão
E saber que nada acontece em vão

Quinta-feira fiz uma fogueira na porta de casa
Carai... Viramo a madrugada
Aprendi que a saudade são águas passadas
E a minha vida é só um exemplo, mas nada

Queria fazer parte disso até o final
Só pra ver o bem vencer o mal
Infelizmente tenho que achar normal
E me contentar que o fim da história é natural

Como as águas tudo vai passar
Como o sol se põe no fim do mar e a chuva trás esperança de paz
Como as lagrimas tende a secar
Tudo passará, tudo passará






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