Olhando o mapa eu me sinto distante de mim,
Aqui no meio do mundo, sem jeito.
E vendo o quanto estou longe lá de onde eu nasci,
Me dá um aperto no fundo do peito.
Nessa pausa de tournée,
Sinto o tempo aqui parado.
Olho a televisão sem ver,
Com o meu violão calado.
Da janela desse hotel
Vejo linda e branca lua.
A claridade lá do céu
É a mesma da minha rua.
É uma saudade de pele, de som e de aroma:
A tal saudade que é só brasileira.
E me surpreendo querendo mudar o idioma
Dessa rádio de língua estrangeira.
A arte de fazer nossa luz brilhar
Quando o dia parece estar sem saída.
A arte de arriscar e se proteger, de viver sem se arrepender,
Aprendendo a se refazer cada dia dessa vida.
Nessa pausa de tournée,
Lunes é segunda-feira.
Une chanson je voudre chantée
To my love questa sera.
Da janela desse hotel sonho sonhos de menino.
Vem a noite com seu véu e acalenta meu destino.
Essa maneira, esse jeito de ser brasileiro
É a virtude e o problema da gente.
Nas ruas desta cidade me sinto estrangeiro
De um sistema solar diferente.