Aquela velha porteira
Na subida da pedreira
Bateu triste aquele dia
O sol ia descambando
Quando Bento soluçando
De Chiquinha despedia
Ele partiu para guerra
Na porteira ficou ela
Vendo ao longe ele sumir
A porteira foi fechando
Duas vidas separando
Para nunca mais se unir
Depois de um ano passado
A porteira do cerrado
A segunda vez bateu
Era um portador que vinha
Para dizer a Chiquinha
Que seu amado morreu
A batida num lamento
Entrou pela mata a dentro
E abalou todo o sertão
Chiquinha desesperada
Caiu sem vida na estrada
Com o bilhete na mão
N'outro dia de tardinha
Passou o caixão de Chiquinha
E o cortejo lhe seguindo
A porteira entristecida
Deu a terceira batida
De Chiquinha despedindo
Ela foi pro campo santo
E a porteira com seu manto
De cipó toda cobriu
Como um luto de saudade
Por tanta felicidade
Que o destino destruiu