Eu resolvi um dia bem cedinho
e arreei a potranca ruana.
Botei a roupa na mala de viagem
e disse adeus ao pago de Santana.
Mais de cruzada cheguei um instante
foi na estância da linda serrana:
- Eu vou partir, querida, não chore,
por minha sorte ter sido tirana.
Dei um adeus e deixei o Rio Grande
atropesito pela parpelana.
Cruzei o Estado Santa Catarina,
parei no sitio de José Viana.
Encontrei uma linda moça
e o namoro durou uma semana.
Eu perguntei de onde ela era.
Disse: Gaúcho, sou curitibana,
Me despedi daquela linda moça
e parti para Sorocabana,
enfrentando os trabaio da vida
porque a vida quase sempre engana.
Deixei São Paulo e foi pra Goiás,
gostei demais da capital goiana,
sem poder esquecê o amor
da gauchinha, minha conterrânea.
Foi pro interior capatazear uma estância,
sou bem feliz, moro numa choupana.
Na economia já sou meio sócio
já vejo a sorte que pra mim abana.
Já destinei, quando melhorar mais,
vou ao Rio Grande buscar minha Ana.
Pra completar a felicidade falta você,
gauchinha serrana.