Cumpanherada, não sou bandoleiro.
Isto é meu jeito, não é convencimento.
Eu só proseio com a moreninha,
ai, se o véio dá o consentimento.
Por essas banda sou desconhecido.
Me dá licença que eu já me apresento.

Sou boiadeiro, bem desde pequeno
levanto cedo e amunto no baio.
Meu ponche verde rebate o sereno,
subo as campina derrubando orvaio.
Eu sou pião do regime antigo,
pro meus amigos nunca dei trabaio.

Não tenho vício não gosto de jogo,
não levo insurto nem passo em ataio.
Por uma moça já cerremo fogo,
foi num fandango e derrubemo o soaio.
Tenho inimigo mais não tenho mágoa.
Não bebo água que roda o cascaio.

Sou boiadeiro, venho lá da serra,
de outras bandas lá de Piedade.
Não é insurto que eu arrasto a espora,
isso é mania da minha vaidade.
Sou conhecido como rei do laço.
Por onde eu passo deixo uma saudade.