Eu vortei pra minha terra que deixei há muitos ano,
procurei felicidade, só encontrei desengano.
Meu sertão tava deserto, ninguém tava me esperando, ai...
Vejo a campina deserta, já pertence ao meu passado,
o véio carro de boi há tempo já está parado.
Reconheci a ossada do meu cavalo bragado, ai...
A nossa véia morada é só mato no terrero,
porteira toda quebrada, que batia o dia inteiro.
Não tem mais cheiro de gado, já desmancharo o mangueiro, ai...
Rancho de esteio quebrado, simboliza o esquecimento,
o monjolo e a moenda tá jogada no relento.
Casarão tá desteiado, revejo com sentimento, ai...
Só a paineira me esperô, contando a triste mudança,
as foia toda secaro, os seus gaio nem balança:
brincava na tua sombra, no meu tempo de criança, ai...