Fui passear em Porto Alegre,
No meu preto marchador.
Dei uma volta na praça,
Uma moça me chamou:
Me venda seu pingo preto,
Cem mil cruzeiros eu dou!
Vou levar lá pro meu pago
Esse preto marchador!
Não vendo meu pingo preto,
Não empresto e não dou
Este não é pra negócio,
Herança do meu avô!
Ela me disse sorrindo:
Gaúcho conquistador,
Me venda o cavalo preto
O meu coração te dou!
Peguei na mão da gaúcha:
Nunca vi tão delicada!
Sorriso feito encomenda,
Pra aquela boca rosada
Meu coração disparou,
Como estouro de boiada!
Gaúcha, leve o cavalo!
Ele não te custa nada!
Gauchinho, obrigado!
Faça um galpão pra nós dois
Teu cavalo vai comigo,
Meu coração vai depois!
Eu saí de lá pensando
O que faz uma mulher:
Dei o pingo de presente,
Voltei pra casa de a pé....