Sou peão mineiro lá de Centralina.
Conheço o Rio Grande e Santa Catarina.
Compro em Mato Grosso boiada fina.
Vendo em Curitiba, recebo em Londrina.
Eu vendo em São Paulo, compro gado em Minas.
Meu baio tostado, com trança na crina,
é mestre na lida, o rei das campina.
Quem não for peão, meu burrão ensina.
Eu tenho fazenda em Adamantina.
Eu sempre viajo praquelas campina.
Atravesso fronteira cortando neblina.
Quando sobra tempo vou ver a menina.
Eu nasci peão, pois é minha sina.
Não tenho rabicho, ninguém me domina.
Eu gosto do mundo porque ele me ensina.
Eu sempre começo onde os outro termina.