Um cego pela cidade,
implorando a caridade.
Um menino e uma viola.
Aquele pobre ceguinho,
guiado pelo netinho,
cantava e pedia esmola.
Os dois sorrindo cantava,
e todos que perguntava:
- Por que está alegre, ceguinho?
O pobre cego sorria:
- É que eu vejo a luz do dia
nos óio do meu netinho.
Um dia morre o netinho,
o cego ficou sozinho.
O seu guia foi s’embora.
Não tem mais quem lhe consola,
o cego só pede esmola,
inveis de cantá ele chora.
Marcado pelo destino,
a morte levou o menino.
O cego ficou sem luz.
Mas ele sente os passinho,
que não é do seu netinho,
é do Menino Jesus.