Zezinho não tinha nem pai e nem mãe, rolando pro mundo vivia judiado.
Mariazinha, menina rica, e o pobre zezinho era seu empregado.
Mas o destino preparou pros dois, porque um do outro ficô enamorado.
Maria dizia, zezinho, eu te amo, serei sempre tua, meu anjo adorado.
Aos pés de maria dizia o zezinho, sou muito pouquinho pra ser teu amado.
O pai de maria, um sujeito malvado, cismou de dar fim no amor das crianças.
Pegô num chicote de tala bem larga, falô pro zezinho: no coro tu danças.
A minha filha é menina rica, está nas alturas, você não alcança.
Moleque atrevido, cachorro sem dono, pegue teus trapos e faça mudança.
Zezinho recebe um golpe profundo, e some no mundo cheio de esperança.
Antes da partida, zezinho escondido, procurou maria e falou deste jeito.
Existe um bom deus, que está nas alturas, ele é bom demais, faz tudo perfeito.
Sou um caboclinho, de sangue nas veias, enfrento lança e quebro no peito.
Querida maria, você vai ser minha, de agora em diante, meu plano está feito.
Se um dia obrigarem você se casar, no altar estarei pra ser tudo desfeito.
Passaram dez anos, correram depressa, maria solteira, zezinho solteiro.
O pai de maria, um sujeito ambicioso, arrumou pra filha, por ser interesseiro.
Um velho careca, feio e barrigudo, mas dono do mundo, com muito dinheiro.
Pobre maria, detestava o velho, queria zezinho, seu amor primeiro.
Mas o casamento já estava marcado, prá ser realizado no mês de janeiro.
Chegou o grande dia do casamento, maria de branco estava divina.
Bastante capangas e guardas armados, cercava a igreja, guardava a menina.
Zezinho amoitado, esperava no altar, fugiu com maria e sumiu na surdina.
O zezinho deu um golpe de mestre, só mesmo eu contando, ninguém imagina.
Lá na igreja ninguém desconfiava, que o zezinho estava dentro da batina.