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Companheiro Do Ferreirinha

Tião Carreiro e Pardinho

Arrecebi uma carta que veio lá de pardinho
Pra terminar uma empreitada que eu peguei com Ferreirinha
Pra buscar aquele mestiço no campo do espraiadinho
Aquilo no coração atravessou como espinho
Não tinha mais companheiro tinha que seguir sozinho

Por não ter outro vaqueano resolvi ir no redomão
Trouxe o potro na mangueira lacei e passeio no mourão
Arriei com garantia duas barrigueiras e um chinchão
Quando ganhei o zarreio o potro virou um leão
Preguei a espora no peito pra limpar meu coração

Sozinho praqueles campo bati todos maiador
Achei o lugar fresquinho onde o mestiço posou
Segui a batida do boi que desceu pro bebedor
O mestiço vinha vindo e de longe me avistou
Alembrei no Ferreirinha e a coragem redobrou

O mestiço furioso pro meu lado ele partiu
Que nem faísca de raio no potro ele investiu
Joguei o laço de tirão que os tentos até ringiu
A laçada fez um oito quando nas guampas caiu
O redomão veiacava virava de corrupio

Com o boi no chinchador me custou pra por na linha
Queria limpar meu nome também o do ferreirinha
Terminar aquele trabalho empreitada tão mesquinha
Labutei com o mestiço com traquejo que eu tinha
Depois de muito trabalho que mostrei a ciência minha

Ao passar uma restinga o potro e o boi levei
Naquele lugar tão triste que morto o rapaz achei
Soluçando de saudade um cruz ali finquei
Com a ponta de minha faca essas palavras eu gravei
Descansa em paz Ferreirinha que a empreitada terminei

Composição: Geraldo Galdino / Pinheirinho





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