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Boi Cigano

Tião Carreiro e Pardinho

Na cidade de Andradina com a boiada eu fui chegando
Eu estava só com seis peões oitocentos bois nós vinha tocando
Com esse gadão de raça naquela praça fui atravessando
O ponteiro ia adiante com o berrante ia repicando.

No meio dessa boiada eu levava um boi por nome cigano
O mestiço era valente por onde andava fazia dano
Ganhei o boi de presente na negociada dos cuiabanos
Já vinha recomendado p'ra ter cuidado com esse tirano.

O comprador deste gado na estação já estava esperando
P'ra fazer o pagamento depois do embarque dos cuiabanos
Joguei os bois na mangueira e gritei pros peões já podem embarcando
Embarquemos os pantaneiros e no mangueiro ficou o cigano.

Chegou naquela cidade o grande circo sul africano
Uns homens c'o proprietário a respeito do boi tava comentando
Insultou-me numa briga do leão feroz e o cuiabano
Bati vinte mil na hora e jogos por fora estava sobrando.

O circo estava lotado e o dado momento estava chegando
Quando as feras se encontraram eu vi que mundo ia se acabando
Uns gritavam de emoção e outros de medo estavam chorando
Em vinte minutos o leão assentou no chão e ficou urrando.

O leão é o rei das feras na selva ele é o soberano ai, ai,
Com sentimento seu dono entregou o trono p'ro meu cigano ai, ai.

Composição: Tião Carreiro e Pardinho





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