Em 1994, na cidade italiana de Roma, um grupo de jovens músicos, dissidentes da banda Sepolcrum, reuniam-se para dar início a um projeto que, além da proposta musical, buscava uma identidade visual e cultural com o mito dos vampiros. Para tanto, a banda foi batizada como Theatres des Vampires, em alusão às citações das obras da escritora norte-americana Anne Rice.
A primeira demo foi lançada em março de 1995: Nosferatu, Eine Simphonie Des Grauens. Em dezembro iniciaram-se os preparativos do álbum de estréia. Entretanto, a banda enfrentou problemas quando o baterista abandonou a formação no início das gravações. Mas, no ano seguinte, foi lançado o primeiro álbum oficial com o polêmico e sugestivo título Vampyrìsme, nècrophilie, nècrosadisme, nècrophagie. Este álbum traz nove faixas muito próximas do que pode ser classificado como Black Metal. As músicas Ancient Vampires, Woods of Valacchia e Vlad the Impaler deixam claras as referências culturais nas quais a banda se apóia.
Já em 1999, já pela gravadora inglesa Plastichead, o Theatres des Vampires lançou o segundo disco: The Vampire Chronicles. Este álbum soa mais como uma continuidade do primeiro trabalho sem acrescentar grandes inovações e, sem, no entanto, soar repetitivo. Em Londres, o Theatres des Vampires se apresentou no festival Vampyria III. No ano seguinte, a banda já preparava o material de composição do próximo álbum enquanto apresentava-se no famoso festival Gods of Metal, na Itália.
Bloody Lunatic Asylum foi lançado em 2001. Ao longo de suas 11 faixas já é possível perceber os arranjos mais sofisticados e o aprimoramento instrumental e vocal em relação aos primeiros discos. Este álbum inclui, na tradicional temática vampírica adotada pela banda, algumas referências ao satanismo, como nas músicas Dances with Satan e Les litanies de Satan. Em seguida foi lançado o EP Iubilaeum Anno Dracula que contém sete faixas, sendo uma a versão "Club Mix" de Dances with Satan.
Em 2002, o Theatres des Vampires enriqueceu sua discografia com o álbum Suicide Vampire. Com oito faixas e mais duas "Bonus Track", o álbum dá seqüência à reformulação musical iniciada no disco anterior. Suicide Vampire é mais melodioso e menos agressivo que os primeiros trabalhos. A segunda faixa, Lilith Mater Inferorum, recebe uma versão videoclipe.
No ano seguinte, Vampyrìsme é lançado como uma releitura de Vampyrìsme, nècrophilie, nècrosadisme, nècrophagie. Este disco traz ainda quatro "Bonus Track" com a participação de Valor Kand (Christian Death) e Gian Pyres (Cradle of Filth). Neste momento, a banda já passa a ser classificada pela imprensa especializada como Gothic Metal e faz uma turnê européia ao lado de Christian Death. Em 2004, é lançado promocionalmente um "boxset" com quatro álbuns: The Vampire Chronicles, Bloody Lunatic Asylum, Iubilaeum Anno Dracula e Suicide Vampire. Em maio do mesmo ano, é lançado o quinto álbum oficial e inédito.
Nightbreed of Macabria traz quinze faixas e um bônus que podem ser caracterizadas como Gothic Metal; sem, no entanto, abandonar a temática relacionada aos vampiros e ao satanismo. Neste momento, um dos fundadores da banda, Lord Vampyr, abandona a formação. Sonya Scarlet é convidada para substituí-lo. Em seguida, a música Angel of Lust ganha uma versão videoclipe.
As performances live da banda são teatrais e dramáticas, destacando-se em festivais e turnês. Durante os shows, Sonya Scarlet corta-se com uma navalha e oferece o sangue ao público. Obviamente, esta prática passa a ser proibida pelas autoridades por ser considerada um "estímulo ao suicídio e a auto-mutilação".
No ano de 2005, a banda grava e lança o álbum Pleasure and Pain. Nove faixas e dois bônus compõem o sexto álbum oficial que ratifica a proposta Gothic Metal e distancia-se cada vez mais do Black Metal dos anos anteriores. No ano seguinte, é lançado o DVD The Addiction Tour com apresentações ao vivo das performances em Zagreb (Croácia), Londres, Praga e Berlin; além de videoclipes e entrevistas.
Já em 2007, o Theatres des Vampires presenteia os fãs com um álbum duplo: Desire of Damnation. O primeiro CD deste boxset traz apenas gravações ao vivo do tipo "Greatest Hits"; enquanto que o segundo CD traz algumas regravações e outras inéditas. A faixa Bring me Back ganha uma versão videoclipe produzido através da animação gráfica. Entre agosto e setembro, a banda realiza uma turnê latino-americana. A apresentação no Brasil ocorreu no dia oito deste mesmo mês, em São Paulo. Em março de 2008, a banda se apresentou em festivais na Itália e Rússia. Enquanto isso, o próximo trabalho já estava em andamento.
Lançado em maio de 2008, Anima Noir é o álbum mais recente da carreira do Theatres des Vampires. O trabalho traz dez faixas, entre elas a música Rain (originalmente gravada pelo The Cult) como um de seus destaques. A produção demorou seis meses e, segundo a própria banda "Anima Noir traz dez faixas de puro vampirismo, letras românticas, vozes líricas, guitarras e baterias poderosas. Todos os elementos do Theatres des Vampires estão de volta nesta nova produção". Atualmente, a formação da banda é Sonya Scarlet (vocal), Fabian Varesi (teclados), Zimon Lijoi (baixo), Stephan Benfante (guitarra) e Gabriel Valerio (bateria).
Em todos estes anos de carreira, o Theatres des Vampires oscilou entre a agressividade e a violência do Black Metal ao romantismo rebuscado do Gothic Metal, sendo classificada até mesmo como "Vampiric Metal"; enquanto que as letras abordam temas decadentes e românticos, buscando referências em autores como Baudelaire e Rimbaud. Neste período, vários músicos participaram da formação, contribuindo para o crescimento e amadurecimento musical. Mas, de qualquer forma, a banda não perdeu suas referências originais. Pelo contrário, a proposta musical foi fortalecida através da própria temática adotada. Enquanto que a teatralização das performances sobre o palco ajudou a ratificar e potencializar sua identidade para que o Theatres des Vampires ocupe seu merecido destaque no cenário do Metal.