The Clash foi um grupo de punk rock britânico que durou de 1976 até 1985. Uma das bandas mais aclamadas pela crítica da época, o Clash se tornou conhecido por seu alcance musical (incorporando reggae, ska, dub, funk, rap e rockabilly, e eventualmente outros estilos musicais em seu repertório), por demonstrar uma sofisticação lírica e política que os distinguia da maioria de seus companheiros no movimento punk, e por suas explosivas apresentações ao vivo.
Embora o punk rock britânico seja geralmente associado apenas ao Sex Pistols, tão importantes quanto estes na definição e difusão do estilo foi a banda The Clash, menos baseada em atitude e mais baseada em conteúdo que seus companheiros de alfinetes no nariz. Enquanto os Sex Pistols pregavam anarquia pura e simples, o Clash mostrava em suas letras críticas sociais sutis e algum esquerdismo. Enquanto os Sex Pistols era apenas uma banda de rebeldes, o Clash era uma banda de rebeldes com uma causa. Musicalmente falando, o Clash foi capaz de evoluir bastante no decorrer de sua carreira, inclusive se aventurando em sonoridades diferentes do punk rock, flertando com o pop, reggae, ska e blues, abrindo caminho para a new wave.
A banda que deu origem ao The Clash se chamava London SS, formada em 1975 pelos guitarristas Mick Jones e Keith Lavene (que mais tarde participaria do Public Image Limited de John Lyndow), o baixista Paul Simonon e o baterista Terry Chimes (Tory Crimes). Antes haviam passado pela banda o baterista Nicky Headon e o baixista Tony James (que mais tarde participaria das bandas Generation X e Sigue Sigue Sputnik). Chamaram para os vocais Joe Strummer (John Graham Mellor) que tocava com a banda 101'ers. O sexto homem da banda era o empresário Bernie Rhodes que sugeriu que a banda se apresentasse como guerrilheiros para chamar a atenção. A banda foi rebatizada de The Clash e logo convidada para abrir alguns shows dos Sex Pistols.
Em 1977 foi gravado o primeiro disco pela CBS, pouco antes da saida do baterista Terry Chimes que foi substituído por Nick Headon. No auge do movimento punk o álbum auto-intitulado rapidamente chegou ao topo das paradas inglesas. Rebatiam as críticas de que haviam se vendido para uma major dizendo que iriam destruir a gravadora estando dentro dela e provavam não ser o dinheiro sua principal preocupação procurando fazer com que os discos fossem vendidos na medida do possível ao preço de custo. O fato de Joe Strummer ser um filho da classe burguesa londrina não impedia que os componentes da banda fossem constantemente presos por furto ou vandalismo. Ao mesmo tempo participavam e organizavam shows de rock com propósitos políticos, anti-racismo e socialmente engajados.
Com o segundo LP, Give 'Em Enough Rope de 1978, conseguiram finalmente alguma repercussão no mercado americano fazendo com que o primeiro LP fosse também lançado a nível mundial. Seguiram-se duas bem sucedidas turnês na América.
A influência de novas sonoridades, principalmente o reggae, ficaria clara no terceiro LP, London Calling (curiosamente um LP duplo que foi vendido ao preço de LP simples, fato inédito até então). London Calling (que também mostrou muitas influências de rock and roll e blues, o que o levou a ser muito aceito nos Estados Unidos) foi o maior sucesso comercial da banda. Em meio a reclamações de que lançar um LP duplo não era atitude condizente com uma banda que se dizia punk, foi gravado Sandinista!, um LP triplo (vendido ao preço de um LP duplo). O experimentalismo foi ainda mais longe, incluindo instrumentos de sopro e eletrônicos. Enquanto a popularidade da banda crescia a nível mundial os fãs ingleses passavam a abandona-los e a banda consequentemente passava a se apresentar mais na América.
O baterista Nick Headon foi demitido da banda por apresentar problemas sérios com drogas (embora a razão oficial tenha sido diferenças políticas) e para seu lugar foi chamado o antigo componente Terry Chimes. Com esta formação lançaram Combat Rock e participaram de uma péssima turnê americana, abrindo para a banda The Who (o Clash era ininterruptamente vaiado pela platéia). Logo após a turnê Terry Chimes e Mick Jones abandonaram a banda por não concordarem com os rumos que sua música estava tomando. Foram substituídos pelo baterista Pete Howard e pelos guitarristas Vince White e Nick Sheppard. Com esta formação, em 1983, lançaram Cut The Crap, seu pior disco, execrado pela crítica e pelo público.
Enquanto a popularidade do Clash declinava Mick Jones começava a despontar com sua nova banda, Big Audio Dinamite. Joe Strummer resolveu seguir o exemplo do ex-companheiro e acabar oficialmente com o The Clash, seguindo em carreira solo. Mais tarde viriam a trabalhar juntos novamente no Big Audio Dinamite.
Desde o início da década de 90 boatos fortes insistem em afirmar que o The Clash planeja uma reunião, o que nunca foi confirmado.