Bonifácio, bom de tudo, bom de samba
Era o bamba da cuíca na favela
Marcava o samba como o tempo marca a gente
Sua cuíca ressoava diferente
Mas um dia dominado pela fama
Deixou pra trás a sua gente da Portela
Embebedou-se lá pelas bandas da Lapa
E apaixonou-se pela negra Maristela
Abandonado, entregou-se à cachaça
Perdeu a fama, o dinheiro e o amor
Foi encontrado estirado na calçada
Bala perdida para o eterno lhe levou
Naquela noite a favela entristecida
Cantou em coro um refrão na madrugada
Era uma vez um grande mestre da cuíca
Bonifácio bom de tudo
Bom de samba, bom de nada