Praense, Pinhalão e Teodoro
Xote
Aquele velho que o povo todo comenta
Que já passou dos sessenta e não perdeu o costume.
Só sai a noite até parece morcego
Em casa não dá sossego e a velha tem ciúme.
Vive chamando a velha de caca de jaca
Verdadeira maritaca, ele é levado a breca
Vai no forró e gasta a sola do sapato
Leva as gatinhas pro mato, chega em casa sem cueca.
Lá o bailão o velho é um corisco
Dança vaneirão e xote, pua igual um tico-tico.
Um dia desses chegou em casa gemendo
Com a costela doendo de dormir no xilindró
Estava esfolado da canela até o pescoço
Tudo cheio de caroço e a vela teve dó.
Fez um chazinho de hortelã e canela
Pro velho dormir com ela, estava querendo namoro
Ela encostava, ela sai de lado
Ta doendo, to quebrado hoje eu não dou no couro.
O velho disse com toda sinceridade
Quando eu vou lá pra cidade é pra ver as minhas fãs
Deixe de intriga, pare com este alvoroço
Veja que ainda sou um moço, minha velha sou galã.
Sou vacinado contra qualquer reumatismo
Nem reza e nem feitiço faz eu deixar da gandaia
Tenho certeza que eu não fico pra semente
Mais eu quero morrer contente em cima de um rabo de saia.