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Casaco Verde

Teodoro e Sampaio

Nas roupas de cama do nosso aposento,
Ainda existe um pouco de acalento
Pois sinto ainda o perfume seu,
E no calendário, marcado com xis,
O dia e o mês que muito me diz,
Pois marca a hora do seu triste adeus.
E no guarda-roupa se abro eu vejo,
O casaco verde que ela deixou,
Soberbo parece conversar comigo,
Querendo provar que é meu amigo,
Pois somente ele não me abandonou.

{Estribilho}
Casaco verde, verde esperança, fiel companheiro de minha agonia.
Você é apenas, pedaço de pano, porém a saudade cruel desengano
Pois me lembra o corpo que você cobria.

Nas noites quentes ou noites frias,
Para mim é sempre noites de agonia,
Como um sonâmbulo, passo acordado.
Já virou rotina, não é mais surpresa,
Os vizinhos verem as luzes acesas,
Pois sabem que estou quase alucinado.
E nas madrugadas, já é meu costume,
Ir ao guarda-roupa, perto da janela,
E voltar p'ra cama beijando o casaco,
Para adormecer com ele nos braços,
Sonhando estar dormindo com ela.

Composição: Alcino Alves/Aldair Teodoro da Silva





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