Eu ando pelas ruas, sem destino, sem querer chegar,
Eu pego um trem na madrugada, na noite sem luar,
Perdido em meio a tanta gente, que não sabe pra onde ir,
Carrego o peso de um povo que não aprendeu a sorrir.
Vejo a cidade se prostrando a uma multidão de leis,
Vejo castelos sendo erguidos sobre os ossos de seus reis,
E o povo todo amaldiçoa que só quer os fazer bem,
O plano se consolidou e o que dissemos foi amém.
Ninguém parou pra refletir que a vida é curta demais,
Ninguém consegue prosseguir na estrada sem olhar pra traz,
Entre o sagrado e o profano não conseguem decidir,
E se convencem que no mundo pra ser sincero você tem fingir...
O tempo é fiel a aqueles que não temem arriscar,
E o que se esconde , na verdade,é o que tem que se mostrar
Essa desordem é apenas fruto, do nosso passado vulgar,
Seria diferente, se as pessoas soubessem se amar.
Mas é só discórdia em nosso coração,
As ruas cheiram ódio e solidão,
São só vidas perdidas em vão,
Só melodias que soam, sem emoção..
Composição: José Tarcísio Pelegrini