Deuses e demônios,
Fóra do piano,
Quero que os meu sonho
Seja só humano.
Teatro onde eu me exponha
No ato soberano
E não envergonha
Quando se abre o pano.
E te descortina,
No espelho que embaça
Mostrando a menina,
Lua, que me enlaça
E a noite termina
E antes que outra nasça,
Vou te ver na esquina,
Sorri, quando passas...
E o olhar me ultrapassa,
Ultrapassa os meus freios
E o que me amordaça
Cai frente aos teus seios.
O ódio se esfumaça,
E um amor guerreiro,
Aflora das praças
E foge dos canteiros.
Lembro tuas rosas,
Meu rosto roçando
E uma dor gostosa,
Vai me machucando.
Já é realidade
Tudo que sonhamos
Vou em liberdade,
Ave, entre os meus ramos.
Me evita ou me invade,
Sempre nos tenhamos.
Vai, se tens vontade
Mas vem porque eu te amo.
Sente outros carinhos,
Vê como eu te amo.
Vai por entre os ninhos,
Mais volta que eu te amo.