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Peão Fantasma

Sulino e Marrueiro

Eu soube de uma noticia
Que eu fiquei imprecionado
Na hora que me contaram
Meu corpo ficou arrepiado

Lá pras bandas de Andradina
Que este fato foi se dado
Um peão la da fazenda
Do doutor Bento Machado

Tres dias depois de morto
Que tinha sido enterrado
Voltou cumprir um juramento
Que em vida tinha jurado

Francelino era seu nome
Um peão muito afamado
Pagão que ele não amançasse
Nunca tinha encontrado

Mais tudo que tem no mundo
Tem seu destino marcado
Ele foi amançar um potro
Que o patrão tinha mandado

Mal sabia o pobre peão
Que seu dia era chegado
Caiu do lombo do potro
E pro chão foi arrastado

Quando os companheiros viram
Correram acudir o peão
Mas já era muito tarde
Não tinha mais salvação

Ele estava agonizando
Ainda jurou pro patrão
Nem que for depois de morto
Eu amanço esse pagão

Quando foi dali a pouco
Já estava no caixão
Pra depois ser enterrado
Debaixo do frio chão

Depois que passou trez dias
A fazenda se abalou
Regulava meia noite
Quando o tal peão voltou

Pra montar no criminoso
Que sua vida tirou
Com o barulho na mangueira
O povo se levantou

Ficaram todos assombrados
De ver o potro pulador
Gemendo que nem leão
Na espora do adomador

Depoie de pular bastante
O tal potro se entregou
E no meio da mangueira
De cançado ele deitou

Nessa hora o peão fantasma
Dali se arretirou
O povo todo assombrado
Suas orações rezou

Nessa hora se alembraram
Que o Francelino jurou
Que amançava o criminoso
Ele veio e amançou ...






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