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O Jogador De Baralho

Sulino e Marrueiro

Conheci um moço pobre
Honrado e trabalhador.
Foi nascido e foi criado
Numa vila do interior.
Veio para a capital
Estudar pra ser doutor.
Levado por maus amigos
Deu um grande jogador.
Deixou estudo e trabalho
E com as cartas do baralho
Ganhou riqueza e valor. . .

Casou com uma moça rica
Redobrou sua alegria.
Na sua rica mansão
Tinha tudo o que queria.
Dominado pelo vicio
Toda noite ele saia.
Nos cassinos que jogava
Só ganhava, não perdia.
Enquanto o tempo passava
Sua riqueza aumentava
Do jogo não desistia. . .

Mas todos que vem ao mundo
Trazem sua sina marcada.
Certa noite ele jogou
Sua ultima parada.
Se perdia uma partida
A outra era dobrada.
Foi jogando e foi perdendo
Chegou a ficar sem nada.
Numa ultima defesa
Pois a aliança na mesa
Jogou a mulher amada. . .

Sua esposa quando soube
O que tinha acontecido.
Pra não se entregar a outro
Que não era o seu marido.
Foi-se embora pelo mundo
Com o coração ferido.
Quem ganhou não levou ela
Mas o lar foi destruído.
Esse homem em desespero
Sem mulher e sem dinheiro
Transformou-se num perdido. . .

Aquela rica mansão
Era igual um céu aberto.
Hoje está tão solitária
Só tristeza tem por perto.
O jogo dá e também tira
É um ditado muito certo.
Aos amigos do baralho
Nestes versos eu alerto.
Quem se julga invencível
Sempre encontra um mais esperto. . .

Composição: Quintino Elizeu / Sulino





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