Conheci um moço pobre, honrado e trabalhador
Foi nascido e foi criado numa vila do interior
Veio para capital estudar pra ser doutor
Levado por maus amigos deu um grande jogador
Deixou o estudo e o trabalho com as cartas do baralho
Ganhou riqueza e valor
Casou com uma moça rica redobrou sua alegria
Na sua rica mansão tinha tudo que queria
Dominado pela vício toda noite ele saia
No cassino onde jogava só ganhava e não perdia
Enquanto o tempo passava sua riqueza aumentava
Do jogo não desistia
Mas tudo que vem ao mundo traz sua sina marcada
Numa noite ele jogou sua ultima parada
Se perdia uma partida a outra era dobrada
Foi jogando e foi perdendo chegou a ficar sem nada
Numa última defesa, pois a aliança na mesa
Jogou a mulher amada
Sua esposa quando soube o que tinha acontecido
Pra não se entregar a outro que não era seu marido
Foi embora pelo mundo com o coração ferido
Quem ganhou não leva ela mas o lar foi destruido
O jogador em desespero sem mulher e sem dinheiro
Transformou-se num perdido
Aquela rica mansão era igual um céu aberto
Hoje está tão solitária só tem tristeza por perto
O jogo dá também tira é um ditado muito certo
Aos amigos do baralho nesses versos eu alerto
Quem se julgar invencível por mais que seja incrível
Encontra um mais esperto
Composição: Quintino Elizeu / Moacyr Dos Santos