Quando Catimbau morreu
Eu fiquei impressionado.
Rosinha também chorou
A noite inteira ao seu lado.
Entre quatro velas acesas
O caixão todo enfeitado.
Ali estava a peonada
Tão triste desconsolado.
Quando o caixão saiu
Pelo povo carregado.
Com destino ao campo santo
Pra ele ser sepultado.
Quando foi no cemitério
Um estranho ali chegou.
Em cima da sepultura
Catimbau ele beijou.
Na hora da despedida
Foi o peão que mais chorou.
Com os olhos rasos d’água
Desse jeito ele falou:
- Descanse em paz Catimbau
Que na fazenda eu vou.
Ao cruel boi perigoso
Quero mostrar quem eu sou.
E lá na Fazenda Grande
O peão estranho se ajustou.
O fazendeiro ricaço
Quis esprementar o peão.
Mandou buscar a boiada
Pra fazer a marcação.
O peão foi pra invernada
No seu cavalo Alazão.
Trouxe o gado na mangueira
E fez a separação.
Deixou o boi perigoso
Igual fera na prisão.
Jogou o laço de pialo
Derrubou o boi no chão.
Amarrou o pantaneiro
Na presença do patrão.
Foi um serviço bem feito
Que o fazendeiro gostou.
Rosinha emocionada
O peão ela abraçou.
Quero me casar contigo
Pois você me conquistou.
Com respeito e educação
Pra Rosinha ele falou:
- Eu sou um rapaz solteiro
Mas não quero o seu calor.
Respeitando a memória
Do maior dos laçador.
Eu sou irmão do Catimbau
Que morreu por seu amor.